sábado, 7 de maio de 2016

Frases


“De minha parede pende uma escultura de madeira, japonesa – a máscara de um demônio do mal, pintada a esmalte dourado. Vejo-lhe, com simpatia, intumescidas as veias da face, dando a entender quanto custa ser mau...”


“Mostre-nos o caminho a tomar, que nós o seguiremos com você, mas não tome o caminho certo sem nós. Sem nós, este é o mais falso dos caminhos. Não se separe de nós.”


                            Bertold Brecht

De Que Serve A Bondade

                                                                  Berthold Brecht
1
De que serve a bondade
Se os bons são imediatamente liquidados, ou são liquidados
Aqueles para os quais eles são bons?

De que serve a liberdade
Se os livres têm que viver entre os não-livres?

De que serve a razão
Se somente a desrazão consegue o alimento de que todos necessitam?

2
Em vez de serem apenas bons, esforcem-se
Para criar um estado de coisas que torne possível a bondade
Ou melhor: que a torne supérflua!

Em vez de serem apenas livres, esforcem-se
Para criar um estado de coisas que liberte a todos
E também o amor à liberdade
Torne supérfluo!

Em vez de serem apenas razoáveis, esforcem-se
Para criar um estado de coisas que torne a desrazão de um indivíduo
Um mau negócio.


As Mazelas do Parentesco por Afinidade


“Ilmo. Sr. Delegado de Polícia,

Não culpe ninguém pela minha morte. Deixei essa vida porque, um dia mais que eu tivesse, acabaria morrendo louco. Explico-lhe Sr. Delegado: Tive a desdita de casar-me com uma viúva, a qual tinha uma filha. Se eu soubesse disso, jamais teria me casado.

         Meu pai, para maior desgraça, era viúvo, e quis a fatalidade que ele enamorasse e casasse com a filha de minha mulher. Resultou daí que minha mulher tornou-se sogra do meu pai. Minha enteada ficou sendo minha mãe, e meu pai era, ao mesmo tempo, meu genro. Após algum tempo, minha enteada trouxe ao mundo um menino, que veio a ser meu irmão, porém neto de minha mulher, de maneira que fiquei sendo avô de meu irmão. Com o decorrer do tempo, minha mulher também deu à luz um menino que, como irmão de minha mãe, era cunhado de meu pai e tio de seu filho, passando minha mulher a ser nora de sua própria filha.

Eu, Sr. Delegado, fiquei sendo pai de minha mãe, tornando-me irmão de meu pai e de meu filho, e minha mulher ficou sendo minha avó, já que é mãe de minha mãe. Assim, acabei sendo avô de mim mesmo.


Portanto, Sr. Delegado, antes que a coisa complique mais ainda quando meu filho se casar, resolvi desertar desse mundo.

Perdão, Sr. Delegado.”



Extraído da antiga revista “O Cruzeiro”

Acidente ocorrido em Cascais – Portugal


Explicação de um operário à cia. seguradora. Este é um caso verídico, cuja transcrição abaixo foi obtida de cópia da seguradora. O caso foi julgado no Tribunal de Justiça da Comarca de Cascais, Portugal.

“Tribunal Judicial da Comarca de Cascais


Exmos. Senhores,

Em resposta ao pedido de informação adicional, informo:

No quesito nr. 3 da participação de sinistro, mencionei  “TENTANDO FAZER O TRABALHO SOZINHO” como causa do meu acidente. Disseram na vossa carta que deveria dar uma explicação mais pormenorizada, pelo que espero que os detalhes abaixo sejam suficientes.

Sou assentador de tijolos. No dia do acidente estava a trabalhar sozinho no telhado de um edifício novo de 6 (seis) andares. Quando acabei o meu trabalho, verifiquei que tinham sobrado 350 quilos de tijolos. Em vez de os levar à mão para baixo, decidi colocá-los dentro de um barril, com a ajuda de uma roldana, a qual, felizmente, estava fixada num dos lados do edifício, no 6º andar.

Desci e atei o barril com uma corda, fui para o telhado, puxei o barril para cima e coloquei os tijolos dentro. Voltei para baixo, desatei a corda e a segurei com força, de modo a que os 350 quilos de tijolos descessem devagar (de notar que no quesito 11 indiquei que o meu peso era de 80 quilos).

Devido à minha surpresa por ter saltado repentinamente do chão, perdi minha presença de espírito e esqueci-me de largara corda. É desnecessário dizer que fui içado do chão a grande velocidade. Na proximidade do 3º andar, eu bati no barril que vinha a descer. Isto explica a fratura do crânio e a clavícula partida.

Continuei a subir a uma velocidade ligeiramente menor, não tendo parado até os nós dos dedos das mãos estarem entalados na roldana. Felizmente que já tinha recuperado a minha presença de espírito e consegui, apesar das dores, agarrar a corda. Mais ou menos ao mesmo tempo, o barril com os tijolos caiu no chão e o fundo partiu-se. Sem os tijolos, o barril pesava aproximadamente 25 quilos (refiro-me, novamente, ao meu peso indicado no quesito 11).

Como podem imaginar, comecei a descer rapidamente. Próximo ao 3º andar, encontro o barril que vinha a subir. Isto justifica a natureza dos tornozelos partidos e das lacerações das pernas, bem como da parte inferior do corpo. O encontro com o barril diminuiu a minha descida o suficiente para minimizar os meus sofrimentos quando cai em cima dos tijolos e, felizmente, só fraturei 3 vértebras.

Lamento, no entanto, informar que, quando me encontrava caído em cima dos tijolos, com dores, incapacitado de me levantar e vendo o barril em cima de mim, perdi novamente a presença de espírito e larguei a corda. O barril pesava mais que a corda e então desceu e caiu em cima de mim, partindo-me as duas pernas.


Espero ter dado a informação solicitada, do modo como ocorreu o acidente...”

terça-feira, 3 de maio de 2016

O Comércio Iraraense e seu Status em Meados do Século XX


No primeiro terço do Século XX, a base do comércio nas pequenas comunidades interioranas tinha seu suporte no atendimento das necessidades fundamentais da população. O que se buscava era o que havia para vender: alimentos de subsistência, tecidos e sapatos rústicos, chapéus de baixa qualidade, ferramentas agrícolas, utensílios caseiros. Enquanto o suprimento de alimentos básicos tinha sua fonte na agricultura familiar e local, o abastecimento dos demais itens era feito, principalmente, por tropeiros a serviço dos atacadistas da Capital.

            Embora a moeda já circulasse, grande parte dos negócios com os tropeiros tinham como suporte a troca das mercadorias por produtos agrícolas locais ( em Irará, notadamente o fumo em manocas e em corda). Bens mais sofisticados – louças finas e jóias, por exemplo - somente podiam ser adquiridos quando algum familiar se deslocava à Capital ou quando presentes especiais eram dados por ocasião de casamentos na família. Móveis e utensílios eram frutos dos hábeis artífices da comunidade.

            Finda a Segunda Guerra Mundial, os países periféricos – ditos aliados dos aliados vitoriosos – foram agraciados com grande quantidade de veículos militares (jeeps e caminhões) usados durante o conflito, agora inúteis para as forças armadas vitoriosas. Esses veículos eram importados a custo baixo e vendidos a alto preço para os nativos interessados. O Brasil, assim, passou a ter uma considerável frota de caminhões (GMC e FORD), o que exigiu a abertura, às pressas, de uma ampla rede de estradas de rodagem, a maioria com cobertura de cascalho.

            Por volta dos Anos 50, Irará passou a ter uma frota de caminhões de carga considerável, levando-se em conta o tamanho da cidade. Caminhoneiros como Ospício (e filhos), Inácio, Mendes e Campos fizeram fama e estrada por anos a fio. Esses caminhoneiros passaram a ser o elo entre o comércio local e os armazéns da Capital, além de Feira de Santana, então forte centro de distribuição de mercadorias. Os comerciantes da cidade, ao menos uma vez por mês (alguns, mais afoitos, o faziam quinzenalmente), partiam para a Bahia (assim chamavam a velha capital) na boleia do caminhão de sua preferência e de lá retornavam com os estoques renovados para seus negócios: fardos de charque do Rio Grande; amarrados de bagre e surubim salgados; caixas de sardinha e azeite; latas de biscoitos; engradados de bebidas variadas; feixes de enxadas, foices e estrovengas; caixotes com tecidos e sapatos  da moda; embalagens com medicamentos e perfumarias.

            O comércio local compunha-se de seis segmentos: padaria, farmácia, bar, loja, armazém e venda.

Padaria, mesmo, eram duas: a de Zinho Paes Coelho ( na Rua de Baixo, Beco do Mercado) e a de Zé Carvalho (na Praça do Comércio, lado oeste).Mais tarde Zinho passou seu negócio para Pedro Vítor. As mercadorias principais era o pão italiano, o cacetinho e a famosa bolacha fofa. Ah, sim, havia, ainda, o macarrão nº zero, aquele furadinho.

            Farmácia havia a de Chaves, na esquina da Praça com a Rua Manoel Julião. Depois instalou-se a Farmácia Confiança , de Manoelzinho da Paixão (mais tarde vendida a Dr. Ramalho), na esquina da Praça com o Beco de Elízio. Além dos medicamentos de marca, as farmácias ainda aviavam as famosas receitas de manipulação, uma das principais formas de tratamento da época, eficiente e barata. Os remédios campeões de vendas eram, no entanto: Biotônico Fontoura, Tiro Seguro e Vinho Reconstituinte Silva Araújo.

O bar principal era o de Éverton, logo comprado por Manoelzinho e mais tarde vendido a Bráulio Miranda. O estabelecimento tinha dois grandes salões com mesas de bilhar e sinuca e situava-se no início da Rua Direita, vizinho à Farmácia Confiança. Logo Nelson Coronel abriu um bar concorrente na esquina oposta, vizinho à barbearia de Pedro Guarda. O bar de Nelson fez tanto sucesso que se instalou uma filial na Rua da Quixabeira, também com mesas de sinuca. Mais tarde Henrique abriu seu bar na Praça (ao lado da loja de Éverton) e seu irmão Zé Petu instalou seu negócio na Rua Manoel Julião (quase em frente à tenda de Zé Estrela). O forte do bar de Henrique era a reunião de bebedores de cerveja a conversar fiado (e a beber no fiado...). Já Zé Petu privilegiava o carteado, no salão do fundo. Os bares sofriam, ainda, a concorrência dos depósitos de bebidas: os mais conhecidos eram o de Tiano (depois passado para Pedro de Tiano) e o de Olavo, ambos na Rua de Baixo.

            Irará era farto de lojas: havia a de Pedro Martins, a de Éverton, a de Eduardo Portela, a de Fernando, a de Teófilo e a de Zeca Caribé. Todas na Praça. Nas lojas o sortimento ia de brim a gorgurão, de chita a tricoline, de seda a fustão. Vendiam-se, ainda, os tradicionais chapéus de baeta marca Prada e perfumarias diversas, além de sobrinhas e guarda-sóis.

            Os armazéns preferenciavam a comercialização de ferragens e artigos de couro, tintas, plásticos e similares. Destacavam-se o ponto comercial de Cesário Bacelar e o dos Barbosa, ambos no lado leste da Praça.

            A venda se constituía, ao lado da loja, na principal atividade comercial da cidade. O ponto forte das vendas era o costume de vender fiado com anotação em caderneta. Era o crédito direto, sem fiador nem nota promissória: coisa de quem confia no freguês. As vendas se subdividiam em três segmentos:
            No primeiro segmento estavam os atacadistas, que possuíam grandes estoques e abasteciam os pequenos comerciantes da cidade e redondezas. Seus proprietários eram Pedro Nolasco de Pinho (o Piroca Brejão) e Alfredo Pereira Franco (dono da primeira bomba de gasolina da cidade). Ambos operavam na Praça.
            Os Secos e Molhados constituíam o segundo segmento, pontos comerciais médios especializados em gêneros alimentícios e utensílios domésticos (além de miudezas e bebidas). Fizeram fama, nesse segmento, Lúcio de Jesus, Manoelzinho da Paixão e Naziazeno Barbosa (Nazi). Lúcio e Nazi tinham seus pontos comerciais na Praça e o de Manoelzinho ficava na Rua de Baixo, esquina com o Beco do Mercado.
            O terceiro segmento era formado pelas quitandas, basicamente comercializando gêneros alimentícios. A mais famosa era a de Dodó, na Rua de Baixo.

            É de se notar que o costume nomeava as casas comerciais pelos seus proprietários: o povo comprava na padaria de Zinho, na venda de Lúcio, na quitanda de Dodó, na loja de Teófilo, no bar de Nelson, na farmácia de Chaves. Títulos como “A Violeta”, “A Confiança”, “A Moderna”, “A Garota” não tinham personalidade e nada significavam para o público. A publicidade de então residia na credibilidade do dono do negócio e na fidelidade do seu freguês habitual.


            Além dos comércios tradicionais citados, merecem destaque especial as tendas, pontos de negócio dos diversos artífices: carpinteiros, ferreiros, sapateiros, tanoeiros, alfaiates, barbeiros, funileiros. Nomes como Zé Freitas, Mestre Cacimiro, Olavo, Valfredo, Zeca e Vavá sergipanos, Velho de Graziela, João Tanoeiro, Marcelino, Pedro Barbeiro, Zé Estrela e tantos outros que moldaram, calçaram, vestiram, mobiliaram, apararam e supriram os lares e gentes desta obra prima chamada Irará.

Tenho saudades


Poema em prosa



Tenho saudades do meu Irará
Da praça em barro batido,
Onde a enxurrada formava riachos
E aguçava a imaginação
De menino.

Tenho saudades, no meu Irará,
Do pé de sabonete e do Lasca-Gato
E dos caminhos do Cajueiro.
Por onde andei noites e noites
Quando rapaz

Tenho saudades da Salvador da Bahia,
Da Baixa dos Sapateiros
E dos cortiços do Pelourinho,
Onde me acoitei
Quando estudante

Tenho saudades, na velha Salvador,
Da Vila Paulista, no Corta-Braço...
Da Mouraria, da Lapinha e do Tabaris,
Onde gastava o que não tinha
Quando perdido.

Tenho saudades da Moscou, vermelha,
por onde vaguei em tantos invernos.
Moscou dos bosques e berioskas,
Da Rua Tamanskaia, onde me alojei
Quando achado.

Tenho saudades, na vermelha Moscou,
Das aulas onde saciei a sede de dialética;
Das bibliotecas e museus mil,
Onde encontrei a lógica e o raciocínio
Quando consciente.

Tenho saudades da Fortaleza minha,
Das ventanias que trazem, no sopro,
O calor da calma;
Do abster-me, calar-me, consentir,
Onde sou

Dessa Fortaleza que amo
Porque sou amado, eu.
Desse “arre égua” que soa como verso
Não de Camões, mas do Patativa,
Onde me reencontro.

Tenho saudades de mim;
Dos cigarros columbia que conduzia
E não fumei;
Dos discursos que escrevi
Mas não fiz;

Dos panfletos que mimeografei
E distribuí;
Das críticas e autocríticas;
Das pichações, dos pontos, dos aparelhos
Onde fiquei

Tenho saudades de tudo,
Mas não sei se devo manter
Essa saudade que cresce
E me estimula,
Ou tratar de mitigá-la

Esvaziando-me...
Relembranças

1969. Mal havia saído da prisão, torturado que fui por ser comunista recém-retornado da URSS, e consegui um emprego de Supervisor de Manutenção Preventiva na fábrica da SANBRA, em Salvador. O emprego durou três meses, mas foi o suficiente para eu aprender os macetes de um planejamento industrial de manutenção. Logo eu que nunca fui mecânico nem estudei engenharia. Fui demitido quando descobriram que eu era “comunista fichado”.
Em finais de setembro de 1969, vi um anúncio no Jornal “A Tarde” sobre uma vaga de “Administrador de Manutenção” colocado pela CVI. Compareci ao escritório da CVI na Rua Conselheiro Dantas, fui entrevistado por Dalmo Costa, então o Diretor Industrial e fui enviado para Valença, sujeito a uma aprovação prática por parte do Gerente Industrial da Fábrica, o ”mestre” José Augusto dos Santos, casado com a querida Nita.
Logo na entrevista com Dalmo, informei que era comunista e ouvi como resposta: “Para nós, o que interessa é que você saiba fazer o que precisamos”. Pena que ele não passou essa tese para Dr. Zequinha, que me perseguiu durante os longos anos que trabalhei na CVI.
Cheguei a Valença no dia 5 de outubro de 1969 e me hospedei numa pensão que existia em um sobrado na praça do posto de gasolina (não me lembro do nome da praça nem da dona da pensão, mas sei que o sobrado era vizinho às Casas Pernambucanas).
Logo me apresentei ao José Augusto, que deu um giro pela fábrica me mostrando os equipamentos e me perguntando do que eu precisava para iniciar meu trabalho. Era a primeira vez que eu via uma fábrica de tecidos e fiquei assustado, certo de que não daria conta do recado, em função da diversidade de equipamentos.
Pedi um local para me instalar, todos os manuais dos diversos equipamentos (havia poucos e ultrapassados) e uma máquina de escrever.
Fui instalado numa mesa adicional que existia na Sala da Tecelagem (onde quem mandava era Luiz Barbosa e onde também ficava Carlos Roberto Ribeiro, estagiário carioca e responsável pela ”Célula Nova”).
Comecei meu trabalho lendo e relendo os manuais disponíveis e olhando, durante horas, o funcionamento de cada equipamento, desde os abridores até as caldeiras.
Comecei a estruturar o programa de manutenção preventiva fazendo um fichário de necessidades e de acompanhamento (com base no que tinha visto na SANBRA).
Entrevistei cada chefe de departamento, cada mecânico de setor, cada operador de máquina. Nessa tarefa, senti, de imediato, uma forte empatia com Antônio Sarmento e Antônio Barbosa. Senti, também, certa rejeição por parte do Chefe do Laboratório (o que, felizmente, após o passar dos anos, se transformou em amizade). Ele achava que aquela tarefa deveria ser cumprida por um Técnico Têxtil e não por um qualquer não técnico. Com o tempo, pude provar a todos que não era preciso ser técnico para ser administrador.
A partir de 1976, sai da manutenção é fui ser Chefe de Pessoal, depois Chefe de Suprimentos e Compras e, finalmente, Chefe de Expedição e Embalagem (com a saída de José Augusto. Dr. Zequinha foi me jogando para escanteio, já que não tinha coragem para me demitir), função na qual fui demitido por dizer uns desaforos sobre o então Diretor Comercial, Roberto Almeida, filho do Diretor Presidente, Fernando Almeida. Foi um momento de enorme tristeza para mim e de grande alegria para Dr.Zequinha. Os desaforos – merecidos – foram ditos em plena sala da expedição, na presença de todos os empregados do setor, e ouvidos pelo motorista Daulino, que me dedurou ao Roberto Almeida.
Orgulho-me da minha convivência na Indústria Têxtil. Nela aprendi a ser gente, a ser parte de uma equipe. Fui aceito, por iniciativa de Luiz Barbosa, como associado da ABTT, o que perdurou até 1987, quando fui trabalhar na Indústria Veterinária. Cheguei a participar de três congressos da ABTT (Poços de Caldas, Recife e Rio de Janeiro).
Na Valença Industrial, conheci: José Augusto, Luiz Barbosa, Carlito Cândido, Alex Medina, Lealdo Santos, Carlos Roberto Ribeiro, Carlos Roberto Souza, Jorge Luís, Renato Maia (por ali, de passagem), Antonio Sarmento, Aroaldo, João Batista, Antonio Barbosa, Reginaldo Santos, Clóvis Lubrificador, Julinho e Gilberto (da fiação), Cândido Giarolla, Alírio Santos, Salatiel, Orlando Palermo, Bruno Dieter, Francisco Bonfim, Cristóvão, Antonio Marques, Iracy, Gracinha, Conceição, Mustafá, Maria Almeida, Nilza, Sileusa, Marlene, Ferreira, Evilásio, Deoclécio, Urbano, Zeca motorista, José Aguiar, Clodomir, Mestre Salvador, Lúcia, Marlucy, Warty Reis, Daulino (o dedo duro) e Peixoto, Suelito, Ítalo, Oswaldo e Jailton, José Messias Duarte Santana (meu compadre e padrinho de Lorena), Arizonardo, Dudu do Sindicato, D.Heloísa, Armindo, Dr. Zequinha (o honorável Dr. José Soares, apoiador da Ditadura), Dr. Fernando, Dalmo, Dr. Tourinho, José Gonçalves, Dalmo Filho, Roberto Almeida, Ledo Teles, Gercimário, João Santos e tantos outros que me fogem à memória.
Sai da CVI e fui trabalhar na MAVACIL, com os irmãos Maluf (Roberto e Antônio), na qual permaneci por seis meses, quando fui convidado por Mauro Rios para ir trabalhar no Cotonifício José Rufino (por indicação de Luiz Barbosa).
Mudei-me para Recife em julho de 1979.
Na José Rufino conheci Mauro Rios, Sanderland, Manoel Santos, Everaldo, Roberto Maia, os diretores Fernando, Guilherme e Antonio Carlos, Cléa (minha querida companheira por bons 9 anos), Gelson, Valdemir.
Sai da José Rufino em julho de 1980, a chamado de Renato Maia, por indicação de Luiz Barbosa (mais uma vez meu anjo da guarda), para uma entrevista com Carlos Grassi, então diretor geral textil do Grupo Bezerra de Melo. Fui contratado como Gerente Nacional Administrativo, lotado na Fábrica da Macaxeira. Respondia pelas atividades administrativas das fábricas têxteis do grupo, instaladas em Recife, Fernão Velho, Curvelo e Magé. Cheguei a se nomeado Diretor Textil do Nordeste, para ser demitido um mês depois, sob a acusação (mais uma vez) de ser comunista (o que eu era de fato) e responsável pela greve da Macaxeira.
Na Macaxeira, conheci Mário Lopes, Carlos Caracciolo, Paulo Aullete, Josemá Paiva, Spreafico (que chancelou minha demissão), Cristina, Vera, Bezerra, Manoel Maurício, Luís Carlos, Máximo  (que me dedurou),  Carlos Grassi, Charlles Treyvaud, Franco Mozelli, Alberto Júnior, Franqlin Vasconcelos, Jairo Aquino, Braga, Severino Ramos, Cleberson, Garcia, Teófilo Souza, Rivanda, os irmãos Bezerra de Mello. Não me recordo do pessoal de Curvelo e de Magé.
Saí da Macaxeira em agosto de 1982. Montei uma Pessoa Jurídica de Consultoria e fui prestar serviços em Feira de Santana, para fins de contratos com a SUDENE.  Lá fiquei até novembro de 1982, atuando na FERTCAL, de propriedade dos irmãos Maluf (os mesmos da MAVACIL).
Em novembro, recebi um convite do Franklin Vasconcelos para trabalhar na Thomaz Pompeu, como gerente de Importação e Exportação. Mudei-me para Fortaleza em Janeiro de 1983.
Na Thomaz Pompeu conheci Guilherme Almeida, José Pompeu, Thomaz Pompeu Neto, Marcos Pompeu, Valdir Aullete, Cleto Junior, Antonio Bosco, Francisco Carmo, Juarez, Ivon Tomé, Amsterdam, Evandembergh, Silvanísio, Vantuil, Mauro, Gerisvaldo, Moura, Ailton.
Fui nomeado, em 1986, Diretor Administrativo. Em Julho de 1987, a Família Pompeu pediu concordata e eu resolvi sair, antes que me enrolasse com os problemas da fábrica.
Encerrou-se, aí, minha atividade no mundo têxtil. Fui trabalhar na Indústria Veterinária, na qual permaneci até 2000 (quando me aposentei) e à qual ainda presto consultoria em comércio internacional.

Historia enrolada, cheia de baixos e altos, mas história sem estória.

Amo a Indústria Têxtil e dela me sobraram raras amizades, como Alex Medina, Luiz Barbosa, Carlito Cândido, Lealdo Santos, Messias Santana, Francisco Carmo, Franklin Vasconcelos, Antonio Barbosa. A ordem dos nomes nada tem a ver com a importância da amizade.


Juracy de Oliveira Paixão.